terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Eu sou, sendo.

De vez em quando, me dou à leitura de algum texto sobre maternidade, geralmente em blogs. Gosto de ler o que passam as mães - compartilhando e usando da alteridade para adquirir experiências, pois ainda que advindas externamente, podem me servir de referência.
Porém, não gosto muito quando alguém escreve "sobre a maternidade", como se fosse um evento à parte do que vivem os envolvidos.

O texto que li essa semana falava sobre 'as mães perfeitas', e a autora as estereotipou como aquelas que ficam com o filho o tempo todo, são ecologicamente corretas, e mais um tanto de coisa lá que - a mim - caracterizavam uma pessoa que pensou muito para agir de maneira diferente da maioria. Primeiro que, 'perfeitas' é um termo que hoje cansa minha beleza... rsrs Alguém que diz isso já logo se coloca na retaguarda, mas atacando: existe um ser perfeito, e este não sou eu. Partindo do princípio de que todos sabemos que ser humano perfeito não existe, o autor da frase se subjulga para comover, para mostrar sua pequenez. Se desculpa por existir! (me poupe...) Os comentários são duais: " apoiada, onde eu assino?" ou ainda "nós, as mães 'perfeitas' também sofremos...", como se o mundo fosse dual e o texto fizesse algum sentido.

Ontem me peguei contentíssima por acertar - de primeira - retirar de uma massa de doces, 14 gramas de cada vez! Explico melhor: tenho feito doces para vender, e da massa preparada, eu pego um bocadinho e peso. Até 7 vezes seguidas de exatas 14 gramas eu contei! E minha satisfação era de ser tão precisa! E tava contente mesmo... rsrs
Depois, que faz isso e aquilo, pensei que eu gostaria, em cada coisa que eu colocasse a mão, fazê-la de forma excelente, ou seja, caprichar em tudo. T-U-D-O. Não importa o quê, quero fazer bem feito a minha ação naquele momento. 

Ah... Como nomear as coisas é bom, não? Identificar, nomear, saber explicar, é aliviante! Por isso é tão importante sermos pacienciosos para compreender as crianças: elas, muitas vezes, não sabem nomear seus problemas ou sentimentos, e isso angustia. Nós, os adultos, é que podemos desenvolver a capacidade de compreender isso e ler os sinais que a criança apresenta, e na falta de entendermos exatamente o que é - o que é bem comum - podemos nos solidarizar para ajudar-lhes a passar pelo momento difícil: isso inclui ataques de birra. (Texto maravilhoso sobre isso aqui!)

Não há expectativa de perfeição mais em mim, e nem essa história de 'ser perfeccionista'. Não! Saiu tudo quando eu compreendi que eu quero fazer bem feito o que aparecer pela frente. Gosto de ser precisa nos movimentos e ter excelência nas ações. Faço tudo da melhor maneira possível. 'Dou o melhor de mim' e durmo com a consciência tranquila...

Eu sou feliz sendo!
Imagem pessoal: blogdabia.com



E você, já encontrou aquilo que faz que “é tão seu”? Como sente-se bem, verdadeiramente?

2 comentários:

  1. Realmente, esse texto da mãe perfeita foi de amargar. Adorei sua crítica. Não dá mesmo para levar a sério um texto cheio de preconceito, tendencioso e favorável à terceirização das crianças. No fundo é despeito, colega, pode crer.

    beijão.

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  2. Ahhh! Adorei esse texto! Ficou apenas me martelando a frase na cabeça: "dou o melhor de mim e durmo tranquila." É ótimo dormir assim. Só me dei conta agorinha que às vezes - e diga-se que na maioria delas- dou o melhor de mim pra todo mundo, menos pra mim. Vou pensar sobre isso e ver se sobra um tantinho pra mim amanhã. Afinal, nunca é tarde!

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