segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Aproveite a oportunidade de alimentar-se, e nutra seu corpo.

Separação.

Você se sente parte da natureza? Parte, parte mesmo, tendo roteiros parecidos de trajetória?

Seres vivos são aqueles que nascem, crescem, se reproduzem e morrem (ou pelo menos nascem e morrem). Podemos estar falando de um tubarão, de você, ou de uma árvore.

Você faz de tudo pra 'plastificar' a natureza e cimenta até o último centímetro de quintal pra não se "sujar" de terra?

Há um equívoco provocado pra gente se desconectar. Separados, achamos que precisamos de mais e de outras coisas, que tudo é mais complicado e que são as fábricas é que gerarão empregos para salvar a população.

O foco da postagem de hoje é ALIMENTAÇÃO, então vou parar essas reflexões por aqui, mas eu precisava começar por elas.

O grande lance da separação da natureza com alimentação é: o que você está comendo, é mesmo um alimento? Há um século atrás, reconheceriam como algo comestível? Sua comida saiu da fábrica ou da terra?

Colocar algo para dentro do corpo é uma oportunidade maravilhosa de fazer o bem, a si e a outros, incluindo o meio ambiente - a casa de todos nós.

Ao ingerir alimentos vindos da agricultura familiar, você ajuda a manter as famílias no campo, vivendo entre os seus, produzindo sua própria sustentação, evitando inchar as cidades com pessoas em busca de uma 'oportunidade' de viver.

Ao ingerir alimentos agroecológicos ou orgânicos, você age com a inteligência da prevenção de doenças, pois exclui a possibilidade de ter venenos tóxicos em seu alimento, e trata com respeito o ambiente externo ao seu corpo, já que tais venenos também não foram espalhados por terras, ar, plantações próximas e nem envenenou nossas águas. Há animais na terra, no ar e na água que sobrevivem graças a isso. E mais: evitou que agricultores fossem expostos à contaminação séria, que inclusive chega a adoentá-los e matá-los, e mutilar seres em formação.

Aproveite a oportunidade de alimentar-se, e nutra seu corpo!

Primeiro dê a ela os nutrientes de que ele precisa para funcionar.
O paladar também pode ser agradado, mas ele não está em primeiro plano.

A maior satisfação está em poder nutrir o corpo, com vida e alegria!

Corpo bem nutrido funciona melhor, dá mais ânimo, está pronto para atender quando o chamamos à ação.
Aproveite que vai nutrir o corpo, e brinde à vida em sua totalidade e diversidade!

Selecione os alimentos naturais e elabore com eles uma refeição que lhe agrade a vista, o olfato, a audição, o paladar, e até o tato, por que não? Principalmente se tiver criança no meio: peça-a para ouvir o sonzinho que faz ao mastigar uma crocante alface ou uma macia batata cozida; colocar a mão no alimento não é "sujeira" ou "caca", como muitas vezes é repetido às crianças. Deixe-a explorar sempre que possível. Coloque roupas mais velhinhas, arrume um babador que a envolva por completo, mas a deixe experienciar o que ela põe pra dentro.
Já percebeu que as mesmas palavras (ex.: caca), muitas vezes é usada por adultos na tentativa de evitar que a criança coloque a mão no cocô ou na comida? Como será que a criança recebe a informação? Vejam a associação possível...

Comer também é um ato de amor. Amor à vida própria, de outros, do planeta.
Comendo, podemos desencadear situações em nós. Boas e ruins.

Quando trabalhei com crianças num projeto sobre alimentação saudável, foi interessante ver as indagações que faziam para chegarem às conclusões sobre o quão saudável seria o alimento:

  • a comida saiu da fábrica ou da natureza?
  • o alimento está dentro de um pacotinho lacrado?
  • na comparação com algum feito em casa, quanto tempo a mais ele dura? (ex.: bolo de casa, e bolo pronto empacotado)
  • tabelas nutricionais com quantidade de gorduras ruins e sódio.

E ainda tem o fato de não sabermos o que estamos comendo. Você comeria a fêmea de um inseto esmagado SÓ porque ela dá uma corzinha mais avermelhada pro seu sorvete/biscoito/suco?
Veja aqui como esse inseto aparece na lista de ingredientes. E pode procurar: qualquer coisa sabor morango e uva tem, muitas vezes até pêssego e outras.

suco


Saber, conhecer, se aprofundar, pode ser encantador, e certamente será libertador! Esse post da Sandra Guimarães é inspirador.

Como disse Einstein:
A mente que se abre à uma nova ideia, jamais volta ao tamanho original.
Mas, veja, tudo vai depender das associações que você fará, das suas conexões neuronais.
Se você associar a ideia de comer saudavelmente como o fim do prazer, você se sentirá 'infeliz' em fazer aquilo. Comerá como uma penitência e não verá a hora de livrar-se de tal feito.

Mais reflexões:
1) o paladar, que sente o gosto por apenas alguns segundos, pode ditar o que você põe pra dentro?
2) hábitos não são necessidades.

Se você associar o comer saudavelmente com uma boa disposição e funcionamento do corpo, com a alegria que certamente aquilo te proporcionará, com o bem que você sabe que está fazendo a si e aos outros, o êxito virá!

Se você ficar algum tempo sem comer alguma comida ou bebida que seja artificial, gordurosa, açucarada ou salgada demais, quando voltar a provar, a probabilidade grande é a de que seu paladar e corpo estranhem e rejeitem aquilo. Hoje em dia eu sinto gordura e açúcar num chocolate 65% amargo, de maneira que me desagradam. Antigamente, eu nem experimentaria uma coisa dessas, comia bis, prestígio e todas essas formas de bombas de gordura e açúcar disponíveis no caixa dos estabelecimentos.

Alimentar-se bem é uma forma respeitosa de valorizar a vida que temos a desfrutar, e saber disso é um presente que está te sendo dado.
Voltar-se à natureza, interna e externa, reconectar-se, fechar o ciclo. Processo que pode ser iniciado por uma alimentação consciente, e com satisfação por fazê-lo!

Para finalizar, o poema que me lembrou que tenho lágrimas:


"Para fazer um pêssego, é preciso um inverno, uma primavera, um verão, um outono e uma abelha, muitas noites e muitos dias, e sol e chuva, pétalas rosadas com pólen - tudo para que a tua boca possa conhecer uns poucos minutos de prazer."
 

Minou Drouet

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