terça-feira, 3 de julho de 2012

Uma grande lição que aprendi com a maternidade

Fiquei grávida e fui perdendo o domínio do meu corpo, que adquiria vida própria e não me obedecia.
Crescia pro lado, crescia pra frente, me enjoava. Me apertava quando eu queria respirar.
Não me permitia fazer tudo o que eu fazia antes.
Eu sempre fui pequenininha, e tive bastante mobilidade. E isso se perdia.
Parecia fugir do meu controle, não depender mais de mim. 


E aprendi uma grande lição: não dá pra dominar tudo!
Não dá pra dominar quase nada. Ou será... não dá pra dominar nada?


Passada toda a reflexão do tema, concluí que a falta de sensação de segurança, me fez muito bem.
Só pra contextualizar: adoro planejar, adoro organizar, gosto de saber onde está cada coisa, quais as consequências para cada ato... Dessa forma, previsionando tudo, eu me sentia bem.


Eu achava que podia controlar, segurar as coisas.
Agora vejo que não.
Ao contrário.
E o contrário de segurar, não é insegurança. 
O contrário de segurar, nesse caso, é soltar.



Com a gravidez, me permiti seguir meu corpo. 
E pedi pra minha mente seguir meu corpo, tentando abster-se de, pelo menos, 9 meses de dominação.



Gostei tanto do resultado... porque soltei.
Permiti que as coisas acontecessem e me senti muito mais livre, muito mais solta.
Eu achava que podia segurar as coisas, e na verdade, elas é que seguravam a mim...

Eu achava que dominava, mas estava sendo dominada pela ideia de dominação... rs
Imagem; iconarchive.com



3 comentários:

  1. Nossa, Bia!!!

    Que post mais psicanalítico!!!!
    hauhauahua
    =P

    É, gatinha...
    sempre algo nos escapa...
    no corpo e na mente...
    e isso é bom...
    é o imprevisível, o inatingível, aquilo que nos impulsiona e nos lembra que não somos linearmente calculados, mas estruturados aos poucos, cada qual à sua linda maneira singular de ser... e tornar-se, dia-a-dia, diferente... ;)

    "O senhor, mire e veja... o mais importante do mundo é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, não foram terminadas, mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam. Verdade maior, é o que a vida me ensinou. Isso que me alegra, montão."
    Guimarães Rosa
    =)

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  2. Oi, Bia!

    Vim aqui responder seu comentário maravilhoso no post que eu escrevi para o MMqD (Será que eu não deveria ter me tornado mãe?).
    Seu comentário me fez refletir muito. Primeiro porque vc contou sobre a sua evolução e como vc superou aquele ciúmes que tinha. Concordo plenamente com vc, sobre querer mais é que os filhos recebam demonstração de amor de outras pessoas, em vez de ficar olhando torto para quem está agradando tanto nossa cria.
    E também não quero de jeito nenhum que minha filha seja dependente de mim. Quando eu não estiver mais aqui, espero que ela seja capaz de confiar em outras pessoas e cuidar dela mesma.

    Dito tudo isso, adorei este seu post. Acho que tudo foge do nosso controle, quando nos tornamos mães. Começa com o corpo, depois com a mente. Não tem outro jeito.

    Beijos

    Marília
    www.minileitores.com

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  3. Oi, Bia!

    Sabes o que mais fugiu ao meu controle? O tempo e as brigas fraternas. Socorro! Adoro teus textos. Beijão.

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