domingo, 11 de novembro de 2012

"Quiéio"

Meu "bebê" começou a se denominar "eu".

Uma das marcas fortes de que o ser se reconhece é a auto denominação "eu".
No caso dos pequenos, reconhecer-se a si é parte fundamental da constituição da individualidade.
Apesar de ainda sentir que estamos fundidos emocionalmente (fusão emocional conceituada por Laura Gutman), percebo que ele inicia uma nova jornada. Uma jornada própria, na qual eu farei questão de participar ativamente.
Tão importante quanto sermos o suporte um do outro enquanto isso se faz necessário, é saber deixar crescer também. Saindo do corriqueiro dualismo, aqui não tem "fácil e difícil". Assim é, e o melhor é deixar fluir.
Sou grata por todo esse tempo que pude estar ao lado dele, sendo eu e sendo ele; e ele sendo a mim e sendo a si, de forma que estamos nos formando juntos, assim: eu fui me tornando mãe e ele foi se tornando uma pessoa especial!
Passado esse intenso primeiro tempo de vida, nossos indivíduos voltam mais a si. Não quero perder essa conexão interior que aprendi com a chegada do meu filho, e se soubermos levá-la adiante, cada um consigo, poderemos estar ainda mais conectados. Por escolha! E isso, para mim, faz imensa diferença!

Quando ele fizer 2 anos (falta 1 mês e meio), vou parar de chamá-lo de meu bebê.... rsrs
Lembro que, quando trabalhava em creche, achava engraçado ver as mães buscando seus filhos e os chamando de bebês. Eu pensava "ele já anda, não é mais bebê", "esse já fala, não é mais bebê faz tempo", e assim segui com uma lista de algo que eu não sabia, mas me incomodava. Ao menos não jurei que nunca faria isso, daquelas coisas que cuspimos bem alto e voltam com força total. Agora entendo porquê elas os chamavam de bebê, e porquê aquilo me incomodava... Eu viria a partilhar dos  sentimentos delas para entender.
Ele já está uma criança bem sapeca e não se parece mais com a ideia que eu tenho de bebê. Vou esperar seu aniversário só pra poder falar "meu bebê" por mais um mês e meio, vou gastar a língua... kkk

Esses dias perguntei ao "meu bebê" (rs) se ele queria comer algo. Ele respondeu "Quiéio".
Ele não disse "Qué" como de costume, e que foi uma das primeiras palavras que falou.
Disse "Quiéio", minha gente. Coisamaisilindadamamãe!!!

Estou levando esse "Quiéio" como um marco divisor, a despedida do bebê e as boas vindas a um sapeca menininho!
Seja bem vindo, seu sapequinha!

Calma, gente, isso é terra, e não cocô!
Sapequinha antes do banho e depois de brincar com sua caixa de terra.
 


3 comentários:

  1. Realmente... reconhecer-se enquanto sujeito singular é um grande marco na estruturação do "nosso" lindo bebê, que já não é mais "o bebê de alguém", em 3ª pessoa... mas começa a assinalar que tem, nele mesmo, desejos e aspirações... em 1ª pessoa!!! =)
    É muito bom poder acompanhar todo esse crescimento aqui pelo blog... nos deixa mais próximos e, mesmo que só como espectadores, mais participativos! =)
    Um beijo enorme a esses que amo tanto!!!! =)

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  2. Bia,
    Muito obrigada pelo aviso la no Journal.
    Eu mandei uma mensagem para o blog da psicopedagoga e espero que ela coloque o link da minha postagem. Ao mesmo tempo em que fico lisonjeada por divulgar algo que eu gosto muito, como as atividades sensoriais, não tem como negar que é muito chato ver algo seu no blog de alguém sem ter a menor indicação da fote e colocar as fotos da minha filha sem autorização... Vamos ver o que vai dar...
    Mais uma vez, muito, muito obrigada por me avisar : ))
    Abraços,

    Ana Paula

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