domingo, 5 de fevereiro de 2012

Sem pressa... Que é pra ser mais feliz!

Há alguns anos, estabeleci que, a cada início de ano, teria uma meta pessoal e interna para desenvolver.
Naquele ano, escolhi a CALMA!
Coincidência ou ano, foi meu primeiro ano de trabalho numa turminha de Berçário.
Eram 24 bebês! Haviam outras educadoras junto, claro. Mas... eram 24 bebês ao mesmo tempo, no mesmo espaço!
Era uma trabalheira danada a logística de tudo, a organização da rotina: banhos, trocas, mamadeiras, almoço, colação, água, brincadeiras, histórias, socialização, desenvolvimento, remédios, alergias, dormiu pouco, viu briga feia em casa, o pai tá proibido de buscar a criança, a mãe mandou bilhete reclamando que a criança quer pegar na colher e comer sozinha em casa. Enquanto uma educadora levava as crianças para o refeitório, a outra ficava lá com os que chegavam, a outra ficava na sala com os que ainda aguardavam... Enfim, não tinha ideia de como estava me saindo!
Sentia que estava aprendendo tu-do, pois nada sabia daquele cotidiano!
Até que um dia me elogiaram, dizendo que eu era uma professora muito CALMA!

Fiquei muito contente porque estava alcançando meu objetivo. De lá para cá, trabalhei em jornada dupla por muitos anos. De manhã numa escola, de tarde em outra, chegando a ter 30 minutos para sair de uma e chegar na outra - na hora do almoço! - em outra cidade, com semáforos, avenidas, e até rodovias no meio do caminho. Sai de um bairro, corta aqui, passa ali, sobe o outro. Vixi... tem perua escolar na frente? Ai... vai me atrasar...

Depois que o bebê nasceu, mudei completamente o foco, e optei por ficar com ele em casa.
Se tem uma coisa que me incomoda nas relações com bebês, em geral, é a pressa dos adultos. Nossa correria tem de ser administrada à parte. Veja se reconhece alguma cena:
Come logo, porque senão a gente vai se atrasar. (Hein????)
Vai, filha, faz xixi depressa, temos que sair. (Oi???? Você se sentiria confortável nessa situação?)
Larga esse brinquedo, é hora de... (e arranca o brinquedo da mão da criança, isso quando avisa ainda...)

Gente, a criança tem um tempo interno, não conhece a medição que inventamos e muito menos a loucura em que nos metemos! Se você precisa sair com seu filho, organize-se o máximo possível para que ele não sinta a ANSIEDADE do momento. Aliás, a organização prévia pode contribuir em muito para você não ter momentos de tensão e ansiedade. Imprevisto de última hora pode acontecer, lógico, mas não diariamente (se for diário, passa a fazer parte da rotina então).

Perdi a pressa! Sei lá, esses dias percebi isso. Se estamos caminhando na pracinha, ele para, se abaixa, olha as malditas sujeirinhas do chão, pega uma folha de árvore, caminha com ela, larga, volta e pega de novo...
Estou diagnosticada com 'completa ausência de pressa' quando estou com o bebê! Quando ele dorme, realizo mil coisas em poucos minutos, para que possa estar tranquila de novo quando estivermos juntos. Ou seja, não é que não tenho nada o que fazer, peraí!

Coloque-se no lugar do outro, sempre! E assim entenderá muito sobre seu filho!
Tô pé na areia, gente, que delícia!
Imagem: luardabia.blogspot.com

6 comentários:

  1. Nossa, Bia!!!!
    Que legal acompanhar sua evolução!!!!
    Ansiedade ainda é meu ponto fraco!!!
    Tenho muuuuito a aprender!!!!
    E fico feliz que o pequeno mais lindo tenha uma mãe como vc!!!!
    =)

    Bjão!!!

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    1. Eles ensinam, viu?
      Desde o dia em que fui ganhar o bebê, lembra da minha calma? Menina, nem eu imaginava... =)
      A vida tem TUDO o que a gente precisa!

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  2. lindo, Bia!

    As crianças que convivem com pais impacientes, tornam-se irritadiças e sentem-se desrespeitadas. A pressa é sem dúvida a prinipal razão de muitos pais fazerem as coisas pelos filhos - negando-lhes assim autonomia.

    Beijos

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  3. Abimara, adorei o texto. Hoje vejo meu filho com 30 anos, bastante ansioso e me lembro de quando saia para trabalhar, às pressas, sem ter tempo suficiente para ao menos prepará-lo para minha saída.Penso que serei uma ótima avó e tento hoje fazer tudo com mais calma e atenção. Grata. Dulce/BH

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  4. Dulce,
    como já te respondi por email:
    "A gente admitir coisas que gostaria de ter feito diferente é um grande crescimento! Admiro!
    Que venha um netinho muito fofinho!!! rsrs"
    Abraço!
    Bia.

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