quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Virando mãe me tornei mais filha!


Fui criada de maneira muito afetuosa.
Começo o texto assim, porque isso foi determinante para todo o restante... 
Então vale a pena retomar:

Fui criada de maneira muito afetuosa.

De minha mãe, de meu pai, de minhas irmãs, de todos os outros familiares e de amigos de meus pais recebi sempre muito carinho, e fui incentivada a retribuir, guardando a todos um lugar em meu coração!

Todo mundo diz que valorizamos mais os pais quando nos tornamos pais também, porque assim saberemos como é ser pai ou mãe.

Hoje, porém, quero dizer algo diferente: Tornei-me mãe e me senti mais filha!

Saímos da maternidade em 31 de dezembro, e a vovó coruja quis passar a virada do ano com o mais novo netinho.

Daquele dia em diante ficou para ajudar nos cuidados iniciais do que fosse necessário: lavar e passar as roupinhas foram sua especialidade.

Mas o que mais me marcou foi o seu carinho para comigo, querendo fazer-me gostos de comida, preparando alimentos que diz "serem bons para quem está amamentando", e afirmando que estou andando muito rápido, uma vez que preciso recuperar-me ainda da cirurgia...

Minha mãe estava, novamente, podendo ser a minha mãe naquele momento!

Era notável sua alegria em ter um novo netinho e poder acompanhá-lo tão de perto, mas daqui, do mundo a partir do meu ponto de vista, enxerguei que ela estava também grandiosa por voltar a ser a mãe que cuida, que dá carinho, que põe pra dormir... 
P.S.: ela dizia para eu dormir quando o bebê dormia.

Conforme o amadurecimento chega, vamos deixando de precisar dos doces cuidados de uma mãe. Por isso tornamo-nos in-dependentes, deixamos de ser dependentes.

Nessa fase, também particularmente interessante, muitas mães colhem frutos de seu trabalho: o filho se aproxima e a deseja como amiga, enquanto há outros que se distanciam ao máximo.

Encontrar nos pais novos amigos é um tanto desconcertante no início... Serão traçados novos limites de convivência: apesar da enorme intimidade e anos juntos, nem sempre dizemos a eles o que dizemos aos amigos mais contemporâneos.

Qual o lugar ocupa esse casal que nos gerou?

Felizmente, meus pais são meus amigões, e eu tento ser uma boa amiga para eles também. Na verdade, eu acho bem fácil e divertido: conheço todas as manias deles, pontos fracos e fortes... ;-)

Ainda assim, eles continuam sendo "pais", e sentem muita alegria por isso.

Após a volta da maternidade, entendi que essa é a melhor sensação para uma mãe: ter seu filho/sua filha bem diante de seu nariz, para poder cuidar e oferecer o seu coração!

Toda a ajuda que recebi de minha mãe no começo de minha maternidade foi de grande valia, mas sinto que fiz algo também por ela, permitindo que ela fosse minha mãe mais um pouquinho...

Se você ainda tiver essa oportunidade, permita! Permita ser cuidado, acarinhado e aconselhado por ela. Depois é você quem vai decidir se seus conselhos ainda lhe vestem bem, mas a escute - com os ouvidos do coração!

Há casais que discordam sobre a presença da mãe nesse momento. E precisam conversar para avaliar a melhor situação para si, claro.

Mas eu me sinto muito mais feliz hoje, por proporcionar (não de forma previamente intencional) a oportunidade de minha mãe reviver o caminho que eu estou apenas começando a percorrer.

Se minhas irmãs e eu não deixarmos eles serem nossos pais, o serão de mais quem? (Se bem que meus pais são tão bons e agradáveis que agregaram vários filhos postiços pela vida afora...:)


Hoje sou mãe! (Ainda me emociono ao pensar nisso...)
O amor que sinto por meu bebezinho é imenso, e quero conseguir transmitir isso a ele.

Ouvi dizer que saberia o que é ser mãe apenas sendo, mas descobri o que é ser filha!

Descobri, por mim, que a satisfação da mãe é poder ser mãe, sentir-se mãe, atuar como mãe!

Não pense que só porque você não é mãe, que essa postagem não é também para você! Com certeza você é filho! :}

Se você tem uma mãe em seu coração - biológica, adotiva ou eleita, dê-lhe a chance de ser mãe mais um pouquinho. Que seja do jeito dela: ora reclamando, ora agradando... 

Não espere pelo segundo domingo de maio - o Dia das Mães - organize o seu Dia do Filho, para que ela possa ser sua mãe.

Aos que não podem mais estar com suas mães: homenageie em seu pensamento a sua, e respeite as outras.

Ofereço esse post à mãe do meu pai, que descansou - para sempre, no último sábado.

5 comentários:

  1. Nossa Bia! Que post mais emocionante! Não há como terminar de ler sem lágrima nos olhos!
    Parabéns!

    Um beijo! Te amo!

    Márcio

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  2. Oi Bia!

    Poxa, estou sem palavras para expressar o que seu post me causou, uma sensação gostosa de emoção misturada a sentimentos de ternura.

    Felicidades á Família!

    Grande beijo!

    Adriana

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  3. Oi bia!
    obrigada pela visita e pelo comentário lá no blog.
    que lindo esse post, fiquei com um guardado no rascunho, escrito também nos primeiros tempos com o Caio, falando sobre esse sentimento de ser filha depois de ser mãe.
    adorei ler isso agora.
    beijo!

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  4. Obrigada, Márcio, Adriana e Thaís!
    Ser mãe, ser filha, simplesmente ser quem se é... viver é demais, não? :)

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  5. Oi Bia!!!
    Só pra registrar que chorei ao ler este post... ri muito do super jato do bebê... mas este post, está demais!!
    Bjão

    Elis

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